Redações nota 1000

 

Tema: Os limites da liberdade de expressão e do discurso de ódio na sociedade brasileira.

       No Brasil, a constituição de 1988 assegura o direito à liberdade de expressão na sociedade civil, entretanto essa abordagem é recente na historiografia brasileira, fato desarticulador da presença de debates e diálogos que discutem a linha tênue entre a liberdade de expressão e o discurso de ódio. Nesse peculiar, vê-se que essa conjuntura é vigente nos âmbitos sociais, aspecto o qual faz surgir duas vertentes - a influência nociva das redes midiáticas e da omissão dialogal - nos elos escolares e familiares, sobre a maximização de ideologias e moratórias preconceituosas no tecido coletivo. Em suma, é mister que as entidades coletivas busquem métodos combativos para mitigar as transcedências do desequilíbrio entre a liberdade de expressão e o discurso de ódio no Brasil.

       Nesse contexto, é oportuno destacar que o filósofo Leandro Karnal assegurou que o discurso discriminatório sempre esteve vigente nas relações brasileiras, mas o advento da internet possibilitou um crescente dessa conduta nas mídias sociais. De maneira análoga, é notória a presença de posicionamentos preconceituosos na atual sociedade brasileria, por exemplo, a incitação a manifestações de ódio aos nordestinos, negros e homossexuais. Ademais, vê-se que esse hábito foi maximizado pela livre exposição ideológica nas redes sociais, pois o anonimato e a impunidade virtual são aspectos que garantem a amplificação dessa conduta na internet. Logo, constata-se a omissão de políticas públicas asseguradoras dos direitos sociais e civis dos internautas e a morosidade do judiciário sobre os crimes virtuais como fatores que influenciam veemente a reverberação do discurso de ódio nesse eixo, pois o avulto da liberdade de expressão de forma inconsciente e acrítica associado a ideologias preconceituosas fomentam a intermissão da isonomia social, aspecto o qual ultrapassa a seara da exposição dos ideais pessoais e insinua moratórias preconceituosas.

       Por esse viés, vê-se que os efeitos dessa conjuntura são extremamente deletérios, pois corroboram conteúdos deficitários ao extrato comunitário, como a exclusão social e a maximização dos índices de violência sobre as minorias. Outrossim, constata-se a instituição escolar como promulgadora dos casos de discurso de ódio do corpo civil, haja vista a negligência de atividade e diálogos que incitem o respeito aos direitos do próximo e às adversidades, além de abnegar o estímulo crítico e respeito sobre as ideologias diversas, fato o qual corrobora o discurso de ódio e o desprezo a opiniões contrárias. À vista disso, vê-se que essa prática se tornou comum em meio à nação, caracterizando-se como uma marca nociva de um corpo social pós-moderno,  analisada no documentário "O discurso de ódio - Semente da intolerância", no qual se demonstrou a presença de doutrinações ideológicas que ratificam o preconceito.

       Destarte, é mister que os atores sociais busquem métodos combativos para mitigar as transcedências do desequilíbrio entre a liberdade de expressão e o discurso de ódio no Brasil. Para tanto, é fulcral que o governo e a mídia atuem de forma sinérgica ao ratificarem a ampliação da lei "Marco Civil da Internet", por meio de sanções que impulsionem os julgamentos dos crimes virtuais, com o fito de reduzir os índices de discurso de ódio nas redes sociais. Por fim, a escola deve iniciar debates e diálogos que discutam o exercício correto da liberdade de expressão, por meio de educação pedagógica, como projetos e palestras, a fim de desenvolver o juízo crítico social sobre as ideologias propagadas, para que se assegure a afeição, a opinião do próximo e a exposição correta dos seus ideais, além de ratificar o respeito às diversidades, por meio de atividades lúdicas, como as peças teatrais e os simpósios.  

Autor: Thalita Maria Moreira Terceiro

Nota: 1000   

Página 118 - 120 (Livro: Redação Modelo Enem - Hermeson Veras - 2° Edição)      

 

Tema: Por que práticas de bullying devem ser combatidas?

       Durkheim alegava que a consciência coletiva é imprescindível à coesão social. Nessa perspectiva, a intolerância e a falta de empatia com o próximo, inerentes à prática de bullying, interferem na evolução das relações interpessoais, fundamentais à vida em sociedade. Não obstante, hodiernamente, os assíduos atos de intimidação sistemática deixam como legado diversas consternações sociais, como a dificuldade de autoaceitação e a maior propensão à violência, e denunciam, pois, a carência de medidas socioeducativas que viabilizem o respeito à integridade alheia.

       Em virtude da premissa em voga, as teorias rousseaunianas do "bom selvagem" afirmam a responsabilidade da sociedade na formação do caráter. Sob esse viés, atos de intimidação e violência podem ser encarados como resultado de uma má estruturação ética, social e psicológica na formação do indivíduo. Uma criança com histórico de abuso familiar e indiferença parental, a título de exemplo, tende a reproduzir seus traumas psicológicos e sua alienação moral no cenário escolar, além de, na vida adulta, ser mais propensa à supervalorização da violência e da ilegalidade. Isso posto, percebe-se a coerência de Rousseau ao assegurar a culpabilidade do meio no comportamento humano e, consequentemente, na evolução do bullying, deixando como legado a incapacidade da coexistência social.

       Outrossim, na obra "Extraordinário", de Raquel Jaramillo Palacio, Auggie, protagonista que nasceu com uma séria deformidade facial, luta pela igualdade. Em face disso, nota-se que a noção  de inadequação aos estereótipos e aos padrões coletivos tornam as relações interpessoais  cada vez mais inóspitas e caracterizam uma sociedade intolerante, a qual resulta em isolamento social, dificuldade de autoaceitação e, por conseguinte, em transtornos patológicos, como a depressão. O músico Kurt Cobain, por exemplo, apontou a inadequação aos padrões como estopim à depressão e e à prática suicida. Destarte, compreende-se que o bullying é fruto da inconsistente padronização hodierna e germina o sentimento de não pertencimento do meio.

       Por esse prisma, cabe ao Estado e à sociedade a promoção de mudanças que amenizem os índices de intimidação sistemática e viabilizem o respeito à integridade alheia. Para tanto, o Ministério da Educação, congregado à família, por meio da execução de simpósios e do estímulo ao uso de livro socioeducativos, como a obra infantil "O Patinho Feio", de Hans Cristian, incentive a complacência e a boa adequação social do indivíduo, estimulando, desse modo, a tolerância às diferenças. O Ministério da Cultura, juntamente a setores midiáticos, deve, ainda realizar campanhas engajadas, como produções cinematográficas que dissertem a participação familiar no desenvolvimento moral, com o fito de potencializar o respeito ao próximo e a conscientização coletiva. Dessarte, percebe-se a relevância de boa estruturacão social e parental à resolução da problemática e, por conseguinte, à coesão social proposta por Durkheim.

Autor: Iasmin Alves Sampaio

Nota: 1000   

Página 145 - 147 (Livro: Redação Modelo Enem - Hermeson Veras - 2° Edição)   

 

Tema: A educação é a real ferramenta para o Brasil atual.

       No Brasil, o ensino como instrumento imperioso para a formação nacional é uma questão a tratar. Nesse sentido, é imperativo que a educação seja observada como um mecanismo imprescindível para o desenvolvimento social e econômico, sendo, pois, um aspecto fomentador da dignidade, da cidadania e da harmonia social. Destarte, para a concretização disso, é irrefutável que sobrevenha uma remodelação dos projetos escolares, familiares e midiáticos.

       Conforme esse contexto, é preciso visualizar a educação como ferramenta formadora do sujeito histórico, uma vez que é por meio dela que ocorre a inserção de valores fundamentais ao convívio social e de ensinamentos importantes para o desenvolvimento econômico. No que concerne a essa temática, fica visível a imprescindibilidade da educação para o Brasil hodierno, visto que esse país sofre devido à maximização de mazelas sociais, como a corrupção, e econômicas, como a recessão estabelecida, aspectos que seriam suplantados pela valorização afirmativa da educação, dada a sua relevância para a estruturação nacional. Em verdade, é mister buscar, nas ideias de Kant, a égide para compreensão do que foi explanado, haja vista ele ter afirmado que o homem é tudo aquilo que a educação faz dele e, sendo esse indivíduo um representante do Estado, é possível ampliar tal ideia expondo que a Nação é tudo aquilo que o ensino faz dela, conceito ratificador da importância da instrução para aquele país. 

       Em contrapartida, a deturpada e a obsoleta metodologia de ensino contemporâneo tem distanciado os estudantes das salas de aula, de modo a difundir uma evasão escolar inadimissível a qual prejudica, sobretudo, a sociedade. No que tange a essa problemática, tal implicatura maximiza a incidência de sensos comuns e de inconscientes coletivos que banalizam, estereotipam ou, simplesmente, reduzem a educação à exótica, propiciando, por esse viés, a marginalização social e, por conseguinte, a derrocada no Brasil no que se referem ao desenvolvimento da população e da economia. Em síntese, é fulcral procurar, nos pensamentos de Paulo Freire, o enredo para o entendimento desse excerto, uma vez que ele criticou o método contemporâneo de ensino, afirmando que a escola tem desestimulado o estudante, como uma indústria fordista e, por consequência, massificadora do ensino, de sorte a confirmar injunção da estratificação social.

       Portanto, é visível que existe uma significativa importância da educação para o Brasil atual, de modo que deva ser ratificada mediante ações sinérgicas entre a Escola, a Família e a Mídia, vertente incontestável para o desenvolvimento do país e para a propagação da cidadania, da dignidade e da harmonia social. Para tanto, a Escola, por meio de aula práticas, didáticas e interativas direcionadas às várias áreas de conhecimento, deve ampliar o estímulo aos estudantes pelo viés da difusão do senso crítico. Ademais, a Família, por intermédio de ações afirmativas, como a formação de uma comunidade escolar, precisa privilegiar o acompanhamento, a educação e o diálogo com os indivíduos. Outrossim, a Mídia, mediante a ficção pedagógica, como os documentários, pode auxiliar no descortino social a fim de confirmar a educação como principal recurso para o progresso da Nação.      

Autor: José Gabriel Linhares Vieira

Nota: 1000   

Página 213 - 215 (Livro: Redação Modelo Enem - Hermeson Veras - 2° Edição)   

   

 

“Manipulação do comportamento do usuário pelo controle de dados na internet”

 

   No livro 1984 de George Orwell, é retratado um futuro distópico em que um Estado totalitário controla e manipula toda forma de registro histórico e contemporâneo, a fim de moldar a opinião pública a favor dos governantes. Nesse sentido, a narrativa foca na trajetória de Winston, um funcionário do contraditório Ministério da Verdade que diariamente analisa e altera notícias e conteúdos midiáticos para favorecer a imagem do Partido e formar a população através de tal ótica. Fora da ficção, é fato que a realidade apresentada por Orwell pode ser relacionada ao mundo cibernético do século XXI: gradativamente, os algoritmos e sistemas de inteligência artificial corroboram para a restrição de informações disponíveis e para a influência comportamental do público, preso em uma grande bolha sociocultural.

  Em primeiro lugar, é importante destacar que, em função das novas tecnologias, internautas são cada vez mais expostos à uma gama limitada de dados e conteúdos na internet, consequência do desenvolvimento de mecanismos filtradores de informações a partir do uso diário individual. De acordo com o filósofo Zygmund Bauman, vive-se atualmente um período de liberdade ilusória, já que o mundo globalizado não só possibilitou novas formas de interação com o conhecimento, mas também abriu portas para a manipulação e alienação semelhantes vistas em “1984”. Assim, os usuários são inconscientemente analisados pelos sistemas e lhes é apresentado apenas o mais atrativo para o consumo pessoal.

   Por conseguinte, presencia-se um forte poder de influência desses algoritmos no comportamento da coletividade cibernética: ao observar somente o que lhe interessa e o que foi escolhido para ele, o indivíduo tende a continuar consumindo as mesmas coisas e fechar os olhos para a diversidade de opções disponíveis. Em um episódio da série televisiva Black Mirror, por exemplo, um aplicativo pareava pessoas para relacionamentos com base em estatísticas e restringia as possibilidades para apenas as que a máquina indicava – tornando o usuário passivo na escolha. Paralelamente, esse é o objetivo da indústria cultural para os pensadores da Escola de Frankfurt: produzir conteúdos a partir do padrão de gosto do público, para direcioná-lo, torná-lo homogêneo e, logo, facilmente atingível. 

   Portanto, é mister que o Estado tome providências para amenizar o quadro atual. Para a conscientização da população brasileira a respeito do problema, urge que o Ministério de Educação e Cultura (MEC) crie, por meio de verbas governamentais, campanhas publicitárias nas redes sociais que detalhem o funcionamento dos algoritmos inteligentes nessas ferramentas e advirtam os internautas do perigo da alienação, sugerindo ao interlocutor criar o hábito de buscar informações de fontes variadas e manter em mente o filtro a que ele é submetido. Somente assim, será possível combater a passividade de muitos dos que utilizam a internet no país e, ademais, estourar a bolha que, da mesma forma que o Ministério da Verdade construiu em Winston de “1984”, as novas tecnologias estão construindo nos cidadãos do século XXI.

Autor: Lucas Felpi